Photografia de: Ricardo Stuckert/12.8.2005/Presidência

A começar, o príncipe que embasou o império: Lula. Temos exemplos bem definidos da “virtú” do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

É carismático, é obstinado e habilidoso no trato do povo, se tornou exemplo de adoração presidencial, mesmo com graves falhas e erros que lhe acometeram certas ações/escândalos que mais para frente darei o devido tratamento com exemplos claros de ocorrências.
Lula têm discursos não de chefe de estado, mas de alguém para outro alguém, de pessoa para pessoa, falta-lhe pois, o discurso politizado, falta-lhe projetos de avanço a longo prazo, da qual ele não se inteira, pelo simplório fato de se dar comumente como um membro familiar de um grande país, não como um príncipe deveria agir, sendo são e vil, em harmonia. Galgou seu caminho em direção à liderança a partir da força do proletário de baixo poder aquisitivo e poder de coesão e voz limitados, tornando-se líder sindical dessa massa e mais tarde construtor do partido mais popular. Não digo que é o exemplar perfeito do príncipe da nação brasileira, tal como já haviam sido Juscelino e Getulio , mas que tem a seu lado o maior mérito maquiavélico para comandar o estado: o apoio do povo, mesmo que não tenha a máxima insipiração maquiavélica, que é a fortuna.

Não me cabe julgar seus atos, todavia me cabe julgar a sua falta de “vontade” frente à situações que exigiriam medidas mais drásticas, coisa da qual lhe falta coragem a aplicar. Exemplos disso são os escândalos do mensalão ocorridos em seu governo, ou ainda o caso que mais lhe afetou a guarda, o caso do Waldomiro Diniz. São casos que Maquiavel de forma nenhuma condenaria, já que a imoralidade é justificada pelo bem geral, todavia certamente condenaria a prudência do príncipe em não agir de forma alguma. A respeito do mensalão, cabe ressaltar que se traria a aprovação de leis para o bem comum, do qual o príncipe deveria se contrapor a resistência do Legislativo do congresso.

Finalmente, Lula já teve iniciativa, da qual lhe chegou a fama de “honrado”, e da qual da mesma maneira perdeu ao assumir o poder. Torna-se arrogante e mesquinho, e transparece ser indulgente e estúpido. Mas o final não sabemos ao certo, e mesmo assim, há de ser justificável.

Mesmo assim, vou arriscar a continuação: Dilma. Príncipe(a) chegou ao poder pelo povo, mas mais ainda pela aliança com os poderosos. É esperta, astuta, forte, mulher, quebra paradigmas, e ainda assim, volto a ressaltar, eleita por alianças entre poderosos, herdeira de trono. Maquiavel adverte: “Quando o príncipe é posto pelo povo ele é amado pelo povo e deve ter cuidado com os poderosos, embora os poderosos não tenham tanta força visto que o apoio do povo inibe a rebelião da elite”. Eis um alerta digno a correção, pois aliado algum pode ser mais forte que o príncipe, e no principio em que assumiu o estado, Dilma teve problemas com o pessoal do PMdB, que era (é) o maior aliado, e que impulsionou sua vitória. O(a) principe(a) resolveu este pequeno contratempo ao se afastar da mídia um tempo, já que o anterior vivia embasbacado alí, e de forma alguma ela poderia querer comparações sem a conquista do povo antes, seria eterna a repercussão negativa caso fizesse algo “negável” ou “indigno”.

Mais um trecho de Maquiavel: “Quando o príncipe beneficia o povo, seu sucessor dificilmente apagará as lembranças que ficam na memória, e o que lhe sucede por mais que faça não conseguirá apagar os feitos da memória do povo”.

Afastou-se, deu seu ímpeto de realeza, contrariou o governo anterior (vide Irã) e se mostrou mais príncipe maquiavélico que aquele de quem recebeu o trono. E teremos uma continuação…